Páginas

domingo, 27 de novembro de 2011

Argumentar

 Será preciso? O toque, o olhar, o sorriso fazem entender além de sua pobre idéia. O tratado inicial não corresponde às necessidades precisas para o mundo criado, apesar de no fundo desta doce ilusão encontro aquilo que falta para completar o banquete. Não quero flores nem ouro, a cachaça que entra em minhas vias elucida de fato o olhar, o toque o sorriso frente à realidade, independente das proposições que a mesma via anuncia.
 Onde está a práxis? Negaria a teoria para condizer a ela mesma? O sistema se atualiza em cima das falhas, o lado positivo é anulado para o “avanço”. Quer pensar e idealizar? Irá partir de quê, como? O nulo, o silencio, são grandes constantes para um começo, não quero saber dos antigos nem dos contemporâneos, a experiência é subjetiva de mais para me jogar no ombro desses brutos pensadores para, responder a relação destas constantes.
 Vamos lá, Ser?    

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Orvalho

O cheiro do orvalho anestesia, o espirar vivifica os pulmões, o sangue levemente corresponde a mensagem ao coração. São três segundos, cinco passos, as árvores já se foram, o próprio vento leva para longe o que o sentido constatou o que já se deteriorou. A fresca lembrança fica na mente, os suaves passos já se foram e a realidade cobre o olhar de quem a vê. A ausência não é justificativa, seguir a linha congruente para a realização do dia é preciso, mas se a chuva cair faço questão de por ali passar novamente.
 A água até o momento levou aos fins, tento e não nego o sentido do resultado, mas se depender sempre da chuva o fenômeno seguiria com mais determinação para o naufrágio. Todos são constituídos por água, porque a dependência pelo fato de alta potencia vivifica e o caminhar de sempre não? A natureza também tem seus artifícios, o natural também pode passar por outro meio? 

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Ressoando:

Não sai da mente, surto, escuto e pronuncio ondas que memorizo. Necessariamente muitos desses estrondos não eram para estarem entregues no labirinto do meu sistema nervoso. Conto até três, respiro, inspiro e pergunto pelos meus chakras. Não memorizo o que quero, memorizo o que satisfaz minhas necessidades. Parecer um sonâmbulo em meio aos que sonham é estranho, mas só assim satisfaço ansias e anseios.
 Cadê aquele jardim? Onde poderá ser criado o novo gosto se o ambiente não proporciona affordances para nenhum lítio surgir? A estrondosa harmonia dos seres que sonham é um espanto para aqueles que surtam. Não importa! Se a busca ao silencio é preciso, também é preciso som para atordoar os sentidos.
 Andar, parar e sentar são apenas notas da qual talvez nunca entenderei, são fiéis ao meu pensamento, são obstáculo para meus atos. Importa ou não? Pelo vago viajo e carrego valores que conduzem o tempo. Um ponto que nota, observa, analisa e convenciona o novo no milímetro da questão. 
 

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

É pequenino Calvin!

A pequena mente divulga aquilo que é por meio de seus artefatos real. Sim Calvin, concordo com Haroldo: Os homens são loucos. É pela loucura que dependendo do estado fenomenológico inclinamos nossas ações, por exemplo, inclinações boas ou más, mas essa positividade e negatividade é constantemente ressignificada. Nosso meio social esconde-se por trás de muitos outros elementos que constitui a própria natureza humana, alguns casos são plausíveis, outros...   
 Desta forma vivemos embriagadamente em mundos subterrâneos, terrenos ou lunáticos. A conexão entre os mundos são viagens fascinantes por fluxos psicodélicos, cada um naturalmente tende mais a um destes obscuros mundos, mas o conhecimento do conjunto é preciso para o próprio desenvolvimento humano. Com o tempo cada um desvenda parte destes espaços, são encontros, despedidas e triunfantes conexões históricas. Os novos agrupamentos evidenciam os relatos, proporcionam a continuidade da formação humana, seu símbolo material e objetivo é tão pequeno que, infelizmente, poucos notam seu referencial.   
 Os mitos tornam a guiar estas mentes, a crença muda, porém nunca desvanece. A verdade só é tomada após as bruscas decidas dos montes, do choque, do espanto, ao assumir a própria loucura do habitar do ser.  


quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Sabe?

É no desejo que me perpetuo e intuo tudo aquilo que desqualifica os ideais, no ápice do seu ponto lúdico. Sempre falo e defendo os ideais, assim fico e consolido o que corroboro depois de todo cansaço dos longos ensaios atrás do palco. Mas.......
 Por que pensar nas consequências? É simplesmente usar as rimas da intelectualidade do sensível por tratar do prático, mas ainda alienada fico presa a um sistema. Sistema que nego, renego e alucina.    


domingo, 24 de julho de 2011

ESCRITO COM TINTA VERDE

A tinta verde cria jardins, selvas, prados,
folhagens onde gorjeiam letras,
palavras que são árvores,
frases de verdes constelações.

Deixa que minhas palavras, ó branca, desçam e te cubram
como uma chuva de folhas a um campo de neve,
como a hera à estátua,
como a tinta a esta página.

Braços, cintura, colo, seios,
fronte pura como o mar,
nuca de bosque no outono,
dentes que mordem um talo de grama.

Teu corpo se constela de signos verdes,
renovos num corpo de árvore.
Não te importe tanta miúda cicatriz luminosa:
olha o céu e sua verde tatuagem de estrelas.




Octavio Paz


sexta-feira, 15 de julho de 2011

E aí!

 E aí meu caro ser? Como posso assim estar?
 Entre devaneios e solenidades surpreendo ao ver os atos que regem nosso tempo.
 Tempos espiralados, lineares, ondulados...
 Tempo é tempo!

 Acordo, deito e penso.
 Quando posso tornar ao fato que lembrei?
 Não gostaria de remontar os gestos, nem a situação ao qual o evento ocorreu.
 Tempo é história, mudança e progresso,
 falta um passo, um dia, uma semana para o Prometeu aparecer.
 A lua não auxilia mais nos ritos de evocação!
 Quero observar além daquele olhar na escadaria, no escuro, do barulho que se anula...

 

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Quietação frenética

 Reciprocidade? Padrão? Barulho? Lona? Preciosidade? Normal? Verdade? Julgar? Mar? 

 Há dois minutos encontrei um conto, a reciprocidade da nossa relação era simples e sincera. Um dependia do ato de ser escrito para realmente vir a ser, o outro dependia do lúdico para também vir a ser. Não existia padrão daquilo que poderia vir a ser em nenhum dos dois lado, apenas foi percebido um barulho do encontro! O som de algo como o vento, forte como se estivesse batendo numa lona durante o vendaval, a preciosidade daquele momento era... Não sei, normal, talvez?
 A verdade de quem experimentou ou pode vir a experimentar aquele ato, é difícil de ser desvendado pelos sensores que nos adaptam, mas, existem exceções. Tente julgar o mar!


    

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Um por todos

Do ventre chão da terra mãe
Nasce o herói improvisado
Querido filho pranteado da fortuna e do acaso
Avante, um por todos e todos por um!
Ficam das lutas ao longe
Duas medalhas pregadas em peitos de bronze
E as bandeirinhas e as rifas
O foguetório e a fanfarra
Meio velório, meio farra
O sentimento dos teus pares
Herói dos escolares e das lavadeiras
Ó Deus das moças solteiras
Que rezam ao teu retrato sobre a penteadeira
Eu te conheço, sei o preço da fama
E não esqueço
Que deitei em tua cama em teu berço
Eu sei teu preço, eu te conheço
Meu oportuno herói
Eu lavo as mãos, Pôncio cônscio pilhado em flagrante
Lavo as mãos e prossigo adiante
Eu por mim mesma
Todos por mim, meu oportuno herói

 " A tese de Eros e Civilização, mais completamente desenvolvida no meu livro One Dimensional Man*, era que o homem só podia evitar a fatalidade de um Estado de Bem - Estar Social através de um Estado Beligerante mediante o estabelecimento de um novo ponto de partida, pelo qual pudesse reconstruir o sistema reprodutivo sem aquele "ascetismo do mundo interior" que forneceu a base central para a dominação e a exploração. Essa imagem do homem era a negação determinada do super-homem de Nietzche: um homem suficientemente inteligente e suficientemente saudável para prescindir de todos os heróis e virtudes heroicas, um homem sem impulsos para viver perigosamente, para enfrentar o desafio; um homem com a boa consciência para fazer da vida um fim em si mesmo, para viver com alegria uma vida sem medo. [...] a nova direção de progresso dependeria completamente de oportunidade de ativar necessidades orgânicas, biológicas, que se encontram reprimidas ou suspensas, isto é, fazer do corpo humano um instrumento de prazer e não de labuta. "   (MARCUSE, p. 15-16, 1955)

  Como pode a letra de uma música contemplar um parágrafo central da pesquisa de um célebre pensador? Ainda escuto que para que tal entendimento ocorra, é preciso estar em um determinado local em um determinado momento, e que esta ocorrência é única. Concordo que a ocorrência seja única por conta do indivíduo que aprende aquele contexto, considerando sua história que proporciona disposições para tal absorção. Mas de certa forma estamos todos dimensionados numa única realidade, para Marcuse opressora, sua propagação nos indivíduos ocorre por diversas formas,subjaz em todas as dimensões da realidade, captadas de diferentes modos por nós seres humanos. 
 Por isso ocorre estas diferentes expressões da mesma problemática. Algumas descritas em versos dentro de um contexto sonoro, outros por estritos textos, densos e em muitos momentos sombrios, devido a vivencia histórica do autor. Ambos com o mesmo desejo de reativar algo perdido na ambiguidade do desenvolvimento do ser humano.         

Quase!


 Espero não concorrer com o Calvin nessas cascas de banana na prova de Lógica! rsrsrs

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Alimentaram meus delírios

 Como posso ser tão idealista assim? Há fome de expectativas concretas, e há fome de sonhos para ainda serem sonhados. Não me sacio de uma vez, aos poucos olho, ignoro e me envolvo entre todos os cárceres apreendidos.
 Mas agora uma possível expectativa pode dar vazão ao desejo, por mais alguns instantes me consolo. Ainda curto os ideais que tanto delírio, que sombrosamente podem ser reais. Conheço meus transtornos, conto mais uns contos e fico por aqui. A ansiedade espera e o acaso responde, o que busco é a suavidade dos atos, sinceros, tímidos ou covardes em suas sutis dimensões do processo.  

sexta-feira, 1 de julho de 2011

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Iê!

 Esse ano não armei meu berimbau, não toquei São Bento Grande, Santa Maria, Benguela, muito menos Iúna, verga, cabaça e caxixi se distanciam cada vez mais no meu quarto. Quando trouxe pra Marília o maleiro do ônibus perguntou se era uma arma, comicamente respondi que podia ser, depois quando resolvi tocar não consegui montar, chamei uns amigos para ajudar e finalmente com 3 pessoas armamos o berimbau.
 O som era o mesmo, mas a violência de toda sua vinda e montagem resultou fortes mudanças em suas fibras. Meu desejo de lembrar as velhas rodas, o conforto daquele som simples e delicado que me proporcionava felicidade, rapidamente se dissolveu em tristeza. O berimbau estava mau rezado, aquele esforço não era sinal de coisa boa, todos muito insistentes juntos resistiram e montaram o instrumento, depois daquele dia a verga nunca foi a mesma.
 Existe um mito dizendo que o berimbau surgiu do assassinato de uma bela jovem diante de um rio ao saciar sua sede, de seu corpo nas águas o instrumento se torna, e de seu espírito emerge o som. Um ato violento em meio plácido originou o instrumento tocado em rodas de capoeira, coordenando o ritmo do jogo. Enquanto tocava percebia que o ritmo estava em minhas mãos, se a roda era pra ser tranqüila ou mais rápida conseguia controlar, tinha o poder bem canalizado.
Agora não sei onde esta força malandra, simples e delicada se encontra, sua ressonância ecoa mas, não vibra, esta não é uma lei física que gostaria de quebrar, não tenho condições para isso mas, estou sem ar para reconstruir suas leis.
 (Lindas palavras do Mestre ToniVargas neste vídeo)

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Sussurros e gritos


Intrínseco

À noite, assimilamos a vida
No reino infinito
De nosso lado intrínseco

Ache, as partes perdidas da mente
A verdade escondida por trás do
Nosso calabouço de pensamentos, este labirinto

Procure, isto tem uma razão e um significado
Lembrado e repetido
Um guia, não para ser ignorado

Sinta, há tanto para se sentir
A amnésia tem que confiscar
Uma ligação ilusória para a consciência

Está lá, pois há tanta coisa que não sabemos
Até mesmo nossa própria e verdadeira face
Está lá, encarando o que nós não podemos ter

Nossos ideais não são verdadeiros, nus e expostos
Para a nudez do que é real
Fantasia ilimitada, se torna realidade
À medida que respiramos água e corremos pela areia

Sussurros e um grito, voando alto, caindo
E uma face sem características ou nome
Exposta para vida, nós só podemos divinizar
Diga-me, qual é sua realidade?



Continue na zona de conforto, posso fazer mais nada pra ajudar á saír do teatro. Será que realmente conhece a ti mesmo e está empenhado para isso? Ou tem medo de encarar esta realidade não idealizada? Argumento por argumento, imagem após imagens, sou ótima para fazer isso, mas falta esta concretude de mudança ao ato das virtudes e vícios, sem isso não posso ser inteiramente sincera, por mais que queira.    

domingo, 29 de maio de 2011

Cadê?


 Meu óssio está distante de mim estes dias, posto aqui meu lado brega mas, de boa qualidade! Essa é boa pra canta no frio destas noites solitárias de domigo! rs


Holiday

Let me take you far away
You'd like a holiday
Let me take you far away
You'd like a holiday
Exchange the cold days for the sun
Good times and fun


Let me take you far away
You'd like a holiday


Let me take you far away
You'd like a holiday
Let me take you far away
You'd like a holiday
Exchange your troubles for some love
Wherever you are


Let me take you far away
You'd like a holiday


Longing for the sun you will come
To the island without name
Longing for the sun be welcome
On the island many miles away from home
Be welcome on the island without name
Longing for the sun you will come
To the island many miles away from home
(3x)
Away from home


    

domingo, 22 de maio de 2011

Algumas linhas

 ´´A lei da resolução e da perseverança não implica em que não devemos nos precaver, na medida de nossas forças, contra os males e incovenientes que nos podem ameaçar, nem deixar de recear que nos surpreendam. Muito pelo contrário, todo meio honesto de evitar um mal é não somente lícito mas também louvável. A perseverança consiste em suportar com resignação aos incomodos para os quais não temos remédio. Por isso não há movimento de agilidade corporal ou manejo de armas que devemos achar ruins desde que sirvam para defender-nos dos golpes que nos assestam.`` (Montaigne em um de seus Ensaios)

 O silêncio incomoda, dele sobrevivo, expresso, penso e calo. Observações, pensamentos e idéias amadurecem, é ego, quero negar mas, não posso. É essa a ciência que faço do mundo empírico, não almejo aceitar o final das minhas fortes impressões, pela primeira vez construo uma ciência da qual o final não poderá ser corroborada por mim. Para no silêncio ficar prefiro estar no meu suave mar de outono, nem verão, nem inverno, quente ou frio, apenas o que é, aquilo que faz as folhas coloridas caírem cautelosamente da árvore, aguardando o surgimento de algo que sempre torna e retorna em nossas vidas. Não sabemos lidar com estes fenômenos, adaptamos ao ciclo sem reconhecer o ponto referencial, a real condição que trouxe o silêncio.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Aos 13

Apenas Uma Garota

Tire essa venda cor de rosa dos meus olhos
Estou exposta
E isso não é nenhuma surpresa
Você acha que não sei
Exatamente onde eu estou?
Esse mundo está me obrigando
A segurar sua mão
Porque eu sou apenas uma garota, uma garotinha
Não me deixe fora da sua visão
Sou apenas uma garota, bonita e pequenininha
Então não me deixe ter direitos

Oh...Eu estou até aqui!
No momento que eu pisei lá fora
Tive varias razões
Para correr e me esconder
Não posso fazer todas as coisas que tanto queria
Porque são todas as mesmas coisas
De que tenho medo

Porque eu sou apenas uma garota, prefereria não ser
Porque eles não me deixam dirigir tarde da noite
Eu sou apenas uma garoa
Acho que sou algum tipo de louca
Porque eles ficam sentados me encarando
Com aquele olhar

Sou apenas uma garota,
Dê uma boa olhada em mim
Apenas o seu típico modelo

Oh...Eu estou até aqui!
Oh...Eu sendo clara?
Eu sou apenas uma garota
Eu sou apenas uma garota no mundo...
É tudo o que você me deixa ser!
Eu sou apenas uma garota, vivendo presa
Suas regras
Me fazem ficar preocupada

Eu sou apenas uma garota,qual será meu destino?
O que sou obrigada a fazer me faz ficar entorpecida
Eu sou apenas uma garota, minhas desculpas
O que eu me tornei é tão insuportável
Sou apenas uma garota. Sorte minha.
Twiddle-dum* não tem nem comparação

Oh...Eu estou até...
Oh...Eu estou até...
Oh...Eu estou até...aqui!


 Lembranças egoístas e verídicas! rsrsrsrs

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Versão

Bob Dylan

It's All Over Now, Baby Blue

You must leave now, take what you need, you think will last.
But whatever you wish to keep, you better grab it fast.
Yonder stands your orphan with his gun,
Crying like a fire in the sun.
Look out the saints are comin' through
And it's all over now, Baby Blue.

The highway is for gamblers, better use your sense.
Take what you have gathered from coincidence.
The empty-handed painter from your streets
Is drawing crazy patterns on your sheets.
This sky, too, is folding under you
And it's all over now, Baby Blue.

All your seasick sailors, they are rowing home.
All your reindeer armies, are all going home.
The lover who just walked out your door
Has taken all his blankets from the floor.
The carpet, too, is moving under you
And it's all over now, Baby Blue.

Leave your stepping stones behind, something calls for you.
Forget the dead you've left, they will not follow you.
The vagabond who's rapping at your door
Is standing in the clothes that you once wore.
Strike another match, go start anew
And it's all over now, Baby Blue

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Hesitar

Mais uma vez deixei minhas palavras voarem no espaço errado, ao mesmo tempo que me senti ingênua por estar num meios tão sagaz falando de coisas tão sinceras e inábeis, me surpreendi com a tenção e destreza que as palavras soaram para quem estava ouvindo. Estes dias percebi que o meio que meus pensamentos se fortificam não é tão opressor como pensava ser. Minhas aspirações, instintos, curiosidades e investigações de garota ingênua tem ganhado bons ouvidos, aceitação e uma crítica que irá me constituir. Estou muito grata por mim mesma em ter continuado aqui em Marília, por mais que nunca consigo curtir até o final das festas aqui, estou curtindo até a última linha de todos os discursos que me disponho, como se fosse uma garota ingênua necessitando de conhecimento me entrego há tantas teorias. Se estivesse em Campinas não teria essas oportunidades.
 Tudo é esplendoroso e facilmente abstraio meus pensamentos, isto fez conhecer meu fio condutor, busco mesmo é conhecer o humano em sua totalidade visando na sua particularidade ontológica uma relação essencial em comum á todos nós humanóides. Não falo apenas do plano biológico e físico, é na formação ontológica que quero compreender o humano do ser. Em um país miscigenado é fácil observar as diferenças mas, poucos se apreendem no que nos prende na condição humana, em países europeus suas raízes são tão fortes e profundas que obscurece a visualização real do que os uniram como hegemonia, e mais ainda, é um traço que os colonizadores não passaram à colônia e por estarmos inseridos nessa diversidade temos uma carência em resgatá-la. Com isso tudo falo de auto-engano, identidade, necessidade, e o impacto da verdade.
 Tudo continua sendo muito bonito, não posso ficar presa simplesmente á visão do espetáculo que isso causa, devo me apreender melhor em toda sua história, tatear, ler, inalar, sugar todas as informações que tenho direito, para algum dia fazer parte do espetáculo ou deixar uma contribuição sincera.

domingo, 1 de maio de 2011

Que é imagem?

 


Obras de Victor Arruda



Cansei dessa idéia de as primeiras impressões serem axiomáticas. A imagem carrega em duas partes este papel importante, o primeiro expondo realmente o que é, e segundo expondo o que pretende mostrar. No primeiro caso, para mim, a imagem que realmente devia ser é a guiada pela naturalidade, nas ações mais conscientes e inconscientes observamos o papel real que cada um representa. No segundo caso é onde encontramos os atores natos, neutralizam-se e se moldam a partir do sistema em que se encontram, aprendem com argumentos verdadeiros á prosseguir sua imagem longe de seu verdadeiro ente. O problema muitas vezes não é conhecer o ente, é aceitar e expô-lo.
 Grande parte de nossos dias passam em palcos, nos relacionamos com tudo e todos que estão e não estão ao nosso redor, em cada ato mostramos de alguma maneira nosso carácter, nossas emoções e angústias. Mas a vida não é só feita de palcos e exposições, por mais que o monólogo seja intenso a platéia ainda está presente para te assistir. Ao sair de cena devemos nos deparar com o que não está escrito no texto mas, te ajuda a dar sustentabilidade aos atos executados, neste aspecto o primeiro e o segundo caso são atores e não há contradição em afirmar (segundo Constantin Stanislavski), a diferença consiste na importância que a imagem acarreta para cada um.
    ´´ Não há sistema. Existe apenas a Natureza. O objetivo da minha vida tem sido chegar tão perto quanto possa ao assim chamado sistema, isto é da natureza da criação.
 As leis da arte são as leis da Natureza. O nascimento de uma criança, o crescimento de uma árvore, a criação de uma personagem são elementos de uma mesma ordem. O estabelecimento de um sistema, isto é, as leis do processo criativo, é essencial porque no palco, pelo fato de ser público, o trabalho da natureza é violado e suas leis são infringidas, o sistema re-estabelece estas leis, recoloca a natureza humana como a norma (...)`` Stanislavski
 A naturalidade deve ser projetada na imagem, por isto muitas vezes não consigo criticar a arte contemporânea, por mais abstrata que seja é o reflexo do mal estar social que vivemos. O problema é que nos entramos na ociosidade, o clima frio e lúgubre atormenta meus princípios. A identidade é conhecida, ou apresentamos naturalmente a identidade no palco, ou buscamos com a neutralidade renegar e deixá-la de lado assumindo um novo papel. Sinto falta de apresentações calorosas, ao menos sinceras, ouvir um ´´olá`` animado, um beijo no rosto com vontade e um abraço onde não há medo de entrega. A liberdade tornou-se um produto mercantilizado, perdemos sua real imagem e vivemos liquidamente liquidando nossas mentes e valores. Temos liberdade de escolher como e o que de nossa identidade será exposta na imagem, infelizmente perdemos princípios, não pensamos em revoluções, existe apenas volta há estágios, retrocedemos e voltamos inúmeras vezes ao ponto de partida que não é considerado seu próprio referencial, sua identidade, caráter, valor.  

sábado, 30 de abril de 2011

Eu quero

 Pode ser um mimo da minha parte, eu quero postar algo por aqui faz um bom tempo! Odeio esta idéia de querer e não poder, ainda mais quando se trata de um texto de tema livre e espontâneo, onde foi parar minha espontaneidade?
 Gosto de aquisições, já se deparou dando bom dia ao dia? É maravilhoso responder sobre o belíssimo dia que inicia com o céu na cor de anil. Mesmo ao longo do tempo brigando com esse espaço de 24 horas, antes de dormir (o horário que minha mente está hiper fértil) devo fazer um novo agradecimento a mim mesma e aos meus credos: Bruna, parabéns por conseguir colocar tanta teoria num mesmo lugar! Como amo isso, principalmente amo a capacidade de aglomerar em minha mente tanta coisa! Organizar minhas idéias, verificar seus fluxos e entrelaces deixou para depois de acordar.
 Encontro o problema em mim, minha espontaneidade está focada ao meu ego. São lindas estas aquisições que sempre tenho tido e personificado, mas preciso de um referencial com semelhanças á mim, demasiado ser humano. Será que minha criança deve estar presente em meu meio social? Minha simpatia não deixa de preservá-la, as raras pérolas desse mundo não tem medo de estar entre a menina e/ ou a mulher.


quarta-feira, 20 de abril de 2011

Os astros já avisaram



O Que Será (à Flor da Pele)
Composição: Chico Buarque
O que será que me dá
Que me bole por dentro, será que me dá
Que brota à flor da pele, será que me dá
E que me sobe às faces e me faz corar
E que me salta aos olhos a me atraiçoar
E que me aperta o peito e me faz confessar
O que não tem mais jeito de dissimular
E que nem é direito ninguém recusar
E que me faz mendigo, me faz implorar
O que não tem medida, nem nunca terá
O que não tem remédio, nem nunca terá
O que não tem receita

O que será que será
Que dá dentro da gente e que não devia
Que desacata a gente, que é revelia
Que é feito uma aguardente que não sacia
Que é feito estar doente de uma folia
Que nem dez mandamentos vão conciliar
Nem todos os ungüentos vão aliviar
Nem todos os quebrantos, toda alquimia
Que nem todos os santos, será que será
O que não tem descanso, nem nunca terá
O que não tem cansaço, nem nunca terá
O que não tem limite

O que será que me dá
Que me queima por dentro, será que me dá
Que me perturba o sono, será que me dá
Que todos os ardores me vêm atiçar
Que todos os tremores me vêm agitar
E todos os suores me vêm encharcar
E todos os meus nervos estão a rogar
E todos os meus órgãos estão a clamar
E uma aflição medonha me faz suplicar
O que não tem vergonha, nem nunca terá
O que não tem governo, nem nunca terá
O que não tem juízo


  O s astros avisaram, mas eu continuo á procurar nessa imensidão mundana.

sábado, 16 de abril de 2011

Ombros

A precocidade dos fatos ocorridos deixam tênues marcas em meus ombros, apesar da realização o peso de sua concretização é inerente á mim mesma pequena, frágil e sempre atenta aos alarmantes fenômenos, dialeticamente este ar precoce me transforma para poder encenar na sociedade que vivemos. Do material abstraio e sinto falta de detalhes ainda presos por sua formalidade, o capital governa pela própria marca da qual não consigo aparta-me.
 O estranhamento, a revolta, a revolução, mas estou buscando uma abdução nisso tudo. A Nice não irá gostar, mas tenho que ler ´´A Ecologia de Marx`` de John Bellamy Foster ( só depois de me deliciar com chocolate Lindor no feriado que está chegando)!        

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Leve

Cantiga - Ceumar
Composição: Zeca Baleiro

Flower não é flor
Mas eu te dou meu amor,
little flower
Sete cravos, sete rosas,
liro-liro lê, liro-liro lá
Girândolas, girândolas
Give me your love
Love me alive
Leve me leve
Nas asas da borboleta leta
Que borbole bole - bole
Sol que girassole,
Sole mio amore
Flore me now and forever
Never more flores
Never more flores



Esta é Loie Fuller, quando falo em leveza e seda ela é uma das grandes inspiradoras para mim dentro e fora da dança.

 Leve para levitar,
 levitar para deixar ser levada
 e na levada desse compasso 
 passo pelo descaso em dez atos do fim ao começo.

 Ente, corpo, extensão
 Convenção, regra e ciência. 
 Apenas busco consolidar o que desconheço,
 alcançando uma resposta positiva ou não
 levemente lanço meus sonhos e pensamentos ao monte de fenômenos que apareço.

domingo, 3 de abril de 2011

Do discurso

 ´´ E se quisermos, não digo apagar esse temor, mas analisá-lo em suas condições, seu jogo e seus efeitos, é preciso, creio, optar por três grupos de funções que acabo de evocar: questionar nossa vontade de verdade; restituir ao discurso seu caráter de acontecimento; suspender, enfim, a soberania do significante.`` ( FOUCAULT, Michel, A ordem do Discurso, pg. 51, Edições Loyola, São Paulo, 1996)

   
Há um momento que as cordas vocais cessam e não agüentam mais a tentativa de falar, expor, questionar, defender um certo tema. A garganta dói e não é por causa da cerveja gelada, sim por causa da dor de não conseguir discutir algo mesmo tendo em mente o estudo bem esclarecido da conversa. Por mais que o raciocínio esteja de acordo com suas experiências e/ ou outras fontes que te fez chegar ao que acredita ser verdadeiro, é difícil expor o que e como gostaria.
 Invejo os poetas ao conseguirem escrever delicadamente o que sentem, leio e releio o poema IX de O Guardador de Rebanhos de Alberto Caeiro e me pergunto como é possível alguém transcrever sentimentos e raciocínios de forma tão harmônica, será que o segredo é transpor-se em um segundo sujeito seja ele real ou fictício como Fernando Pessoa fez? Independendo da solução escolhida interpretar também não é fácil, é preciso sofisticar um conjunto de conhecimentos para compreender a obra.
De pensar nunca cansarei, pensar não pode ser um fator limitante, a linguagem que utilizo agora não consegue mostrar totalmente o problema da temática que pretendo expor da maneira que realmente gostaria. Está na hora de deixar o olhar fixar-se á outro, os músculos relaxarem ao som da música, a pele arrepiar aos novos abraços, um simples sorriso demonstrar o que sente e pensa sobre esse novo conjunto de signos.
 Poder, saber, verdade e suas relações, ainda discutirei melhor, mas enquanto isso entrarei num fluxo continuo e nada indutivo para discutir e (talvez) criticar na próxima vez. Voltarei muitas vezes nesse tema desenvolvendo-o mais e melhor.

quarta-feira, 30 de março de 2011

domingo, 27 de março de 2011

Despertar

Certas Coisas - Lulu Santos e Nelson Motta

Não existiria som
Se não houvesse o silêncio
Não haveria luz
Se não fosse a escuridão
A vida é mesmo assim,
Dia e noite, não e sim...
Cada voz que canta o amor não diz
Tudo o que quer dizer,
Tudo o que cala fala
Mais alto ao coração.
Silenciosamente eu te falo com paixão...
Eu te amo calado,
Como quem ouve uma sinfonia
De silêncios e de luz.
Nós somos medo e desejo,
Somos feitos de silêncio e som,
Tem certas coisas que eu não sei dizer...
A vida é mesmo assim,
Dia e noite, não e sim...



 Gosto do despertar. Enquanto o silêncio me envolve busco reparar minhas ações e seguir ao relusente começo de algo que sempre está onipresente, tempo é finito e quando penso nele mais entro em seu ciclo para saltar e com força lançar a essência que cultivo.

terça-feira, 22 de março de 2011

Samba da Rosa

Rosa prá se ver, Prá se admirar
Rosa prá crescer, Rosa prá brotar
Rosa prá viver, Rosa prá se amar
Rosa prá colher, E despetalar...
Rosa prá dormir, Rosa prá acordar
Rosa prá sorrir, Rosa prá chorar
Rosa prá partir, Rosa prá ficar
E se ter mais uma Rosa mulher...
É primavera
É a rosa em botão
Ai! Quem me dera!
Uma rosa no coração...
Rosa prá se ver, Prá se admirar
Rosa prá crescer, Rosa prá brotar
Rosa prá viver, Rosa prá se amar
Rosa prá colher, E despetalar...
Rosa prá dormir, Rosa prá acordar
Rosa prá sorrir, Rosa prá chorar
Rosa prá partir, Rosa prá ficar
E se ter mais uma Rosa mulher...
É primavera
É a rosa em botão
Ai! Quem me dera!
Uma rosa no coração...
Rosa prá se ver, Prá se admirar
Rosa prá crescer, Rosa prá brotar
Rosa prá viver, Rosa prá se amar
Rosa prá colher, E despetalar...
Rosa prá dormir, Rosa prá acordar
Rosa prá sorrir, Rosa prá chorar
Rosa prá partir, Rosa prá ficar
E se ter mais uma Rosa mulher...
E se ter mais
Uma Rosa mulher...(2x)

Samba da Rosa - Vinícius de Moraes e Toquinho


Concordo com a negatividade do destrutível principalmente na vigência do efêmero, confesso que a rosa de plástico irrita, mas quero saber qual é o contexto exposto (se é que foi exposto), o problema levantado não surpreende nem satisfaz mais.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Mistério do Planeta - Os Novos Baianos



Vou mostrando como sou
E vou sendo como posso,
Jogando meu corpo no mundo,
Andando por todos os cantos
E pela lei natural dos encontros
Eu deixo e recebo um tanto
E passo aos olhos nus
Ou vestidos de lunetas,
Passado, presente,
Participo sendo o mistério do planeta
O tríplice mistério do "stop"
Que eu passo por e sendo ele
No que fica em cada um,
No que sigo o meu caminho
E no ar que fez e assistiu
Abra um parênteses, não esqueça
Que independente disso
Eu não passo de um malandro,
De um moleque do brasil
Que peço e dou esmolas,
Mas ando e penso sempre com mais de um,
Por isso ninguém vê minha sacola

 Essa musica me prende num transito incrível de pensamentos.

domingo, 20 de março de 2011

Bruma

 

 Sou uma bruma. Leve, escura e misteriosa envolvo navios carregados de sonhos , pretérito de mais sonhos, credos e ilusões. Sigilosamente me formo por delicadas gingadas, a armada não é pesada, mas tecnicamente giro e bato certeiramente no alvo. O mar de imagens que me codificam podem representar minha moleca interna orgulhosa das quedas de patins, a mulher atmosférica embaraçosa por hormônios e feromônios ou o instante gelado introspectivo. Fenomenológico ou não assim sou eu.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Welcome to the jungle

 

Bem-vinda À Selva

Bem-vinda à selva
Nós temos diversões e jogos
Nós temos tudo o que você quiser
Querida, sabemos os nomes
Nós somos as pessoas que podem encontrar
Qualquer coisa que você precisar
Se você tiver o dinheiro, querida
Nós temos sua doença
Na selva
Bem-vinda à selva
Veja ela derrubar seus joelhos
Venha, eu quero ver você sangrar
Bem-vinda à selva
Nós a enfrentamos dia após dia
Se você quiser, você vai sangrar
Este é o preço que você pagará
E você é uma garota muito sexy
Muito difícil de satisfazer
Você pode provar as luzes brilhantes
Mas você não vai tê-las de graça
Na selva , Bem-vinda à selva
Sinta minha, minha, minha, minha serpentina...
Venha, eu quero ouvir você gritar
Bem-vinda à selva
Fica pior a cada dia
Você aprende a viver como um animal
Na selva em que jogamos
Se você tem fome pelo o que vê
Você vai tê-lo, finalmente
Você pode ter o que quiser
Mas é melhor não tirá-lo de mim
Na selva, Bem-vinda à selva
Veja ela derrubar seus
Sha-na-na-na-na-na-na-na joelhos
Venha, eu quero ver você sangrar
E quando você está no alto, você nunca
Nunca quer descer
Então desça, então desça, então desça
SIM, desça!
Você sabe onde você está?
Você está na selva, baby
Você vai morrer
Na selva, Bem-vinda à selva
Veja ela derrubar seus
Sha-na-na-na-na-na-na-na-joelhos, joelhos
Na selva , Bem-vinda à selva
Sinta minha, minha, minha, minha serpentina...
Na selva , Bem-vinda à selva
Veja ela derrubar seus
Sha na na na na... joelhos, joelhos
Na selva , Bem-vinda à selva
Veja ela derrubar seus
Ela está indo abaixá-lo, hum!

 Aos 13 anos escutava essa música, mas só aos 16 anos me perguntava sobre a sinuosidade do ser humano. E tudo tem seu tempo! 

quinta-feira, 17 de março de 2011

Se, somente se

Se, somente se o desejo ultrapassa o medo,
 O desejo ultrapassa necessidades primárias
 E o vento extrai de si convenções da qual não fez parte.
 Se, somente se o desejo é realizado,
Mas desperta expectativas não consideradas inicialmente
 E agir torna um labirinto frio e calculista fascinando qualquer um que tente desbravá-lo.
 Se, somente se o quê? 

   

terça-feira, 15 de março de 2011

Aporética

Tradição, história, é preciso conhecer para combater velhos hábitos, velhos costumes. Observando os antigos sábios gregos e deparando aos fenômenos ocorridos não consigo acreditar que revolucionar seja a melhor maneira para modificar a realidade, a própria palavra revolução contendo mais de uma interpretação por causa do período histórico já revolucionou-se, daí o desgaste de seu uso. Talvez um novo arranjo respeitando as histórias de diferentes períodos seja a solução.  É difícil pensar dessa forma por causa do contato e respeito ao passado, ao estar num momento de renovação, quebra de costumes, surgimento de novos hábitos, vejo uma garota que acompanha as novas idéias, mas de alguma forma são idéias baseadas no tradicionalismo puritano. Claro que trata de um ´´neo-puritanismo`` abrangendo a igualdade entre a diversidade sexual, religiosa, classes sociais, culturas, por exemplo, mas que defende e deve abraçar a bandeira mesmo sendo múltipla a escolha.
 As pessoas têm medo de escolher, optar pela esquerda, direita ou optar por não optar e consentir aos fatos que isso atribui. O mundo não é tão volúvel como pensam, os fatos são dispersos e os pequenos mundos criados dentro das atmosferas estão esgotados, a ponto de serem corrompidos pelo resultado de sua própria criação. Uma hora a bolha irá estourar, só quero pra onde esse povo vai correr!

A música não pode faltar

Magia Natural - Bob Marley

Há uma magia natural
Soprando através do ar
Se você escutar cuidadosamente agora você vai ouvir
Isto poderia ser a primeira trombeta
Talvez também ser a última
Muitos mais terão que sofrer
Muitos mais terão que morrer
Não me pergunte por quê
As coisas não são do jeito que costumavam ser
Eu não vou dizer nenhuma mentira
Um e todos temos que encarar a realidade agora

De qualquer forma eu tento encontrar a resposta
Para todas as questões que perguntarem
Apesar de saber que é impossível
Para viver o passado
Não conte nenhuma mentira
Há uma magia natural
Soprando através do ar
Não é possível mantê-la
Se você escutar cuidadosamente agora você vai ouvir
Como uma magia natural
Soprando através do ar

Isto poderia ser a primeira trombeta
Talvez também ser a última
Muitos mais terão que sofrer
Muitos mais terão que morrer
Não me pergunte por quê
Há uma magia natural
Soprando através do ar
Eu não vou dizer nenhuma mentira
Se você escutar cuidadosamente agora, você vai ouvir

segunda-feira, 14 de março de 2011

Signos e sonhos

O fascínio por meus sonhos é uma constante que não consigo ordenar. Lúdicos ou não são boas histórias que deviam no mínimo ser escritas, seria uma reserva financeira minha, com uma boa produção cinematográfica seria a concorrente de Steven Spielberg!
 Piadas a parte num plano mais contínuo e estável fico a interpretá-lo, ao menos é o que devia fazer, mas dificilmente alguém compreende seu próprio sonho, paro, reflito e persisto, tiro algumas conclusões, mas não me satisfazem. Penso em seguir a cartilha freudiana e realmente tento aplicar, mas é aí mesmo que começo a gargalhar, talvez por ter pulado algumas lições, alguns capítulos, mas ainda não compreendo o significante da questão sobre a interpretação de urinar durante um sonho e seu respectivo significado, por exemplo. Com mais alguns minutos de reflexão fico pasma com a resultante, ´´ e não é que é verdade?`` tudo que passa em minha mente e que é comedido por mim mesma são revelados nas minhas noites de sono.
 Num estralo memorável lembro de uma frase de Nietzsche sempre citada por um colega: ´´Não há fatos eternos, como não há verdades absolutas`` com fragmentos do conceito do Eterno Retorno, formando uma imensa salada filosófica. Melhor para por aqui, preciso estudar muito, não sei como tenho coragem de postar isso!

domingo, 6 de março de 2011

Valor

Saudosista como sou e observando a falta de uma atividade física em minha vida, entrei no site da projete e encontrei de cara os seguintes versos:
 “O valor das coisas não está no tempo em que elas duram,
mas na intensidade com que acontecem.
Por isso existem momentos inesquecíveis,
coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis”.
(Fernando Pessoa)
 É como as sábias ( e muitas ) palavras que meu Mestre dizia: aproveite com responsabilidade tudo o que fizer da maneira que precisar ser, mas faça de coração!
 Saudades das rodas de capoeira!

 IÊ!

quinta-feira, 3 de março de 2011

O carnaval ainda não começou

 Um ano se passa e outro inicia-se, partindo para mais uma auto-análise encontro primeiramente a perplexa resposta, porque os problemas não são novidades há mim, mas sim os problemas que minha resolução ascende.
´´Da marchinha fez silencio, num silencio escutei uma desquite em meu coração que se instalou de vez.`` Já estava ciente, mas nossos hábitos segavam severamente nosso campo de visão, anos e anos negamos o que só o sentido vê e não há razão que possa suportar os danos que todo esse tempo causou. Fico muito feliz em constatar que acabou da melhor forma, já havia pensado em muitas maneiras, mas como sempre ocorre entre nós tudo é belo e inimaginável.
 No final do samba tudo continua como sempre foi, não sei se devo agradecer, mas suas mentiras continuam as mesmas até o ultimo momento fazendo meu orgulho investigativo pela verdade naufragar. Olhando mais adiante percebo que é este o ponto que me enlouquece, porque a verdade há mim não é revelada? Sei que não sou uma das mais reveladoras, sou um manto de enigmas e labirintos, mas minha delicadeza não é de um diamante raro, lapidado e de alta durabilidade, estou mais para a seda chinesa do século XVII carregada de tradicionalismo e de toda desgastada beleza. Na ´´lanterna dos afogadas`` fico há espera de alguém que retire sobre meu corpo esse manto que não consigo mais levá-lo comigo e nem retirá-lo de mim.         

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Enquando a transcendência não chega...

Am ende der wahrheit, am ende des lichts, die gewohnheit vernebelt, die trägheit erstickt, der hochmut macht trunken, und die nähe treibt zur flucht.

So bin ich der sehnsucht opfer aus kindgelebtem vertrauen erwacht, damit auch ich noch etwas spüre, wenn ich träume, lass sie schweigen.


terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Lamentos

Na incessante busca de algo que nunca sei o que é, a procura, falha e acerto continuam no mesmo patamar. Não existe começo, não existe fim, não há nomeação. Há simplestemente a vontade da conquista, do gozo final de satisfação.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Magia Literária

 É muito bom parar para ler um bom livro. A cabeça inicialmente vazia é o ponto de onde surgem sonhos e ilusões baseados nos reais fenômenos de nossa natureza. Apesar de amar, confesso que não tenho a mesma sensação ao ler Heidegger, Chisholm ou Simone de Beauvoir, são escrituras também condizentes aos fenômenos, mas são conceitos (ou aproximam-se de um conceito). Na literatura a mágica do imaginário é mais livre, mesmo o autor baseando-se na realidade social a forma que descreve os fatos contém uma sofisticação diferente. O autor aprende-se de suas experiências vívidas e das que por algum motivo não vivenciou.
 Lembro da frase clichê mencionada ao início da minha alfabetização (e de muitos): ´´ O livro abre as portas da imaginação ``. Nunca gostei muito dessa frase, se hoje minha imaginação corre aproximadamente no mesmo fluxo da velocidade da luz, quando era menor devia ser maior ainda! Figuras de linguagem a parte, para mim, compreendo o significado embutido na frase como o espaço onde o imaginária tem plena liberdade.
 Hoje consumo uma literatura mais amadurecida, sinto falta dos personagens do Ziraldo onde o espaço imaginário é maior. Mas também gosto do peso que a literatura alemã traz, Goethe é angustiante, eu adoro isso! Do imaginário ao pensante, a forma e responsabilidade do que passa em sua cabeça muda. Sei lá... não gostaria deixar de pensar na possibilidade existencial e emancipadora de O Menino Maluquinho. Prefiro continuar nessa inércia conflitante.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

´´ Aqui ``

 Ouvi e li algumas coisas sobre a banda há um bom tempo, só agora parei para ouvir, mas o que realmente chamou minha atenção inicialmente foi o nome: Tulipa Ruiz. Sempre achei fantástica a Tulipa, das folhas verdes e vividas até as seis coloridas pétalas. Essa flor tem ar de feminilidade e força sem perder a delicadeza em seus rígidos botões. Fora o país de origem, tenho uma queda enorme pela Turquia (outra hora explico melhor). Mas o som da banda paulista também é bom, a voz doce e nada ´´efêmera`` encanta facilmente, algumas letras não tenho muita paciência, mas o som dos outros três músicos do grupo é muito bom, vale a pena conhecer! 

Cuida bem da tua forma de ser
amanhã o dia vai ser diferente de outro dia
A menina que da terra sempre espera
que você fique aqui
e no fundo, bem no fundo, você sabe como
isso é legal
ver alguém que entenda essa sua transição
como é legal essa sua transição

Aqui - Tulipa Ruiz

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Super Ação

 Fico muito contente em abrir o jornal e ver que, os companheiros de movimentos sociais de diferentes bandeiras se aliaram para lutar contra o aumento das passagens de ônibus. Mesmo o barulho começando na ANEL é bom ver o resultado que a integração causou, a ´´Assembléia Nacional dos Estudantes – Livre`` respeitando a liberdade partidária do bloco de manifestantes nas ruas do centro de São Paulo. Isso é rompr barreiras, isso é ser revolucionário.
 Prestar alguns minutos de atenção á alguma causa, conversar com aquele que tem ou teve mesma intenção, o processo histórico que nunca cairá, mas que deve ser superado e para isso realizar um super ato.
 Agora entendo o poema passado que surgiu e por isso torturou minha mente. Não procurei saber por que surgiu, simplesmente deixei expressar algo de minha essência ´´morna e ingênua``. Percebi a super ação que tive onde ´´do escuro eu via um infinito sem presente passado ou futuro``. O pesadelo não me amedronta mais.