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domingo, 27 de novembro de 2011

Argumentar

 Será preciso? O toque, o olhar, o sorriso fazem entender além de sua pobre idéia. O tratado inicial não corresponde às necessidades precisas para o mundo criado, apesar de no fundo desta doce ilusão encontro aquilo que falta para completar o banquete. Não quero flores nem ouro, a cachaça que entra em minhas vias elucida de fato o olhar, o toque o sorriso frente à realidade, independente das proposições que a mesma via anuncia.
 Onde está a práxis? Negaria a teoria para condizer a ela mesma? O sistema se atualiza em cima das falhas, o lado positivo é anulado para o “avanço”. Quer pensar e idealizar? Irá partir de quê, como? O nulo, o silencio, são grandes constantes para um começo, não quero saber dos antigos nem dos contemporâneos, a experiência é subjetiva de mais para me jogar no ombro desses brutos pensadores para, responder a relação destas constantes.
 Vamos lá, Ser?    

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Orvalho

O cheiro do orvalho anestesia, o espirar vivifica os pulmões, o sangue levemente corresponde a mensagem ao coração. São três segundos, cinco passos, as árvores já se foram, o próprio vento leva para longe o que o sentido constatou o que já se deteriorou. A fresca lembrança fica na mente, os suaves passos já se foram e a realidade cobre o olhar de quem a vê. A ausência não é justificativa, seguir a linha congruente para a realização do dia é preciso, mas se a chuva cair faço questão de por ali passar novamente.
 A água até o momento levou aos fins, tento e não nego o sentido do resultado, mas se depender sempre da chuva o fenômeno seguiria com mais determinação para o naufrágio. Todos são constituídos por água, porque a dependência pelo fato de alta potencia vivifica e o caminhar de sempre não? A natureza também tem seus artifícios, o natural também pode passar por outro meio? 

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Ressoando:

Não sai da mente, surto, escuto e pronuncio ondas que memorizo. Necessariamente muitos desses estrondos não eram para estarem entregues no labirinto do meu sistema nervoso. Conto até três, respiro, inspiro e pergunto pelos meus chakras. Não memorizo o que quero, memorizo o que satisfaz minhas necessidades. Parecer um sonâmbulo em meio aos que sonham é estranho, mas só assim satisfaço ansias e anseios.
 Cadê aquele jardim? Onde poderá ser criado o novo gosto se o ambiente não proporciona affordances para nenhum lítio surgir? A estrondosa harmonia dos seres que sonham é um espanto para aqueles que surtam. Não importa! Se a busca ao silencio é preciso, também é preciso som para atordoar os sentidos.
 Andar, parar e sentar são apenas notas da qual talvez nunca entenderei, são fiéis ao meu pensamento, são obstáculo para meus atos. Importa ou não? Pelo vago viajo e carrego valores que conduzem o tempo. Um ponto que nota, observa, analisa e convenciona o novo no milímetro da questão. 
 

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

É pequenino Calvin!

A pequena mente divulga aquilo que é por meio de seus artefatos real. Sim Calvin, concordo com Haroldo: Os homens são loucos. É pela loucura que dependendo do estado fenomenológico inclinamos nossas ações, por exemplo, inclinações boas ou más, mas essa positividade e negatividade é constantemente ressignificada. Nosso meio social esconde-se por trás de muitos outros elementos que constitui a própria natureza humana, alguns casos são plausíveis, outros...   
 Desta forma vivemos embriagadamente em mundos subterrâneos, terrenos ou lunáticos. A conexão entre os mundos são viagens fascinantes por fluxos psicodélicos, cada um naturalmente tende mais a um destes obscuros mundos, mas o conhecimento do conjunto é preciso para o próprio desenvolvimento humano. Com o tempo cada um desvenda parte destes espaços, são encontros, despedidas e triunfantes conexões históricas. Os novos agrupamentos evidenciam os relatos, proporcionam a continuidade da formação humana, seu símbolo material e objetivo é tão pequeno que, infelizmente, poucos notam seu referencial.   
 Os mitos tornam a guiar estas mentes, a crença muda, porém nunca desvanece. A verdade só é tomada após as bruscas decidas dos montes, do choque, do espanto, ao assumir a própria loucura do habitar do ser.  


quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Sabe?

É no desejo que me perpetuo e intuo tudo aquilo que desqualifica os ideais, no ápice do seu ponto lúdico. Sempre falo e defendo os ideais, assim fico e consolido o que corroboro depois de todo cansaço dos longos ensaios atrás do palco. Mas.......
 Por que pensar nas consequências? É simplesmente usar as rimas da intelectualidade do sensível por tratar do prático, mas ainda alienada fico presa a um sistema. Sistema que nego, renego e alucina.    


domingo, 24 de julho de 2011

ESCRITO COM TINTA VERDE

A tinta verde cria jardins, selvas, prados,
folhagens onde gorjeiam letras,
palavras que são árvores,
frases de verdes constelações.

Deixa que minhas palavras, ó branca, desçam e te cubram
como uma chuva de folhas a um campo de neve,
como a hera à estátua,
como a tinta a esta página.

Braços, cintura, colo, seios,
fronte pura como o mar,
nuca de bosque no outono,
dentes que mordem um talo de grama.

Teu corpo se constela de signos verdes,
renovos num corpo de árvore.
Não te importe tanta miúda cicatriz luminosa:
olha o céu e sua verde tatuagem de estrelas.




Octavio Paz


sexta-feira, 15 de julho de 2011

E aí!

 E aí meu caro ser? Como posso assim estar?
 Entre devaneios e solenidades surpreendo ao ver os atos que regem nosso tempo.
 Tempos espiralados, lineares, ondulados...
 Tempo é tempo!

 Acordo, deito e penso.
 Quando posso tornar ao fato que lembrei?
 Não gostaria de remontar os gestos, nem a situação ao qual o evento ocorreu.
 Tempo é história, mudança e progresso,
 falta um passo, um dia, uma semana para o Prometeu aparecer.
 A lua não auxilia mais nos ritos de evocação!
 Quero observar além daquele olhar na escadaria, no escuro, do barulho que se anula...