´´ E se quisermos, não digo apagar esse temor, mas analisá-lo em suas condições, seu jogo e seus efeitos, é preciso, creio, optar por três grupos de funções que acabo de evocar: questionar nossa vontade de verdade; restituir ao discurso seu caráter de acontecimento; suspender, enfim, a soberania do significante.`` ( FOUCAULT, Michel, A ordem do Discurso, pg. 51, Edições Loyola, São Paulo, 1996)
Há um momento que as cordas vocais cessam e não agüentam mais a tentativa de falar, expor, questionar, defender um certo tema. A garganta dói e não é por causa da cerveja gelada, sim por causa da dor de não conseguir discutir algo mesmo tendo em mente o estudo bem esclarecido da conversa. Por mais que o raciocínio esteja de acordo com suas experiências e/ ou outras fontes que te fez chegar ao que acredita ser verdadeiro, é difícil expor o que e como gostaria.
Invejo os poetas ao conseguirem escrever delicadamente o que sentem, leio e releio o poema IX de O Guardador de Rebanhos de Alberto Caeiro e me pergunto como é possível alguém transcrever sentimentos e raciocínios de forma tão harmônica, será que o segredo é transpor-se em um segundo sujeito seja ele real ou fictício como Fernando Pessoa fez? Independendo da solução escolhida interpretar também não é fácil, é preciso sofisticar um conjunto de conhecimentos para compreender a obra.
De pensar nunca cansarei, pensar não pode ser um fator limitante, a linguagem que utilizo agora não consegue mostrar totalmente o problema da temática que pretendo expor da maneira que realmente gostaria. Está na hora de deixar o olhar fixar-se á outro, os músculos relaxarem ao som da música, a pele arrepiar aos novos abraços, um simples sorriso demonstrar o que sente e pensa sobre esse novo conjunto de signos.
Poder, saber, verdade e suas relações, ainda discutirei melhor, mas enquanto isso entrarei num fluxo continuo e nada indutivo para discutir e (talvez) criticar na próxima vez. Voltarei muitas vezes nesse tema desenvolvendo-o mais e melhor.